quinta-feira, 22 de julho de 2010

A Música do Cérebro

Há cada vez mais um interesse maior na relação entre o cerebro e a música. A atractiva similaridade entre as ondas cerebrais e o ritmo da música tem motivado muitos ciêntistas para procurar uma conexão entre elas. Várias tentativas têm sido feitas para tentar converter ondas cerebrais em música.
Uma equipa de pesquisadores da Universidade de Ciência Eletrónica e Tecnologia da China criou um método para transformar a atividade elétrica do cérebro em... música.
A equipa usou "regras de sonificação" para transformar as ondas de eletricidade cerebral, medidas por eletroencefalograma (EEG), em notas musicais. A amplitude do sinal elétrico é transformada em notas musicais; a mudança de energia do EEG é transformada na intensidade da nota; e o período da onda é transformado na duração das notas.
O resultado, que o trio chama de "música sem escala", é diferente dependendo do estado mental da pessoa: "música" animada durante o sono REM e sons lentos e tranquilos durante o sono profundo.
Estas regras de sonificação vêm permitir a identificação, por meios auditivos, do estado cerebral de pacientes, oferecendo desta forma uma estratégia em tempo real para monotorizar a actividade cerebral e a potencialidade da terapia de feedback neurológico.

Evolução da Percepção Musical com a Idade:

1 ano – explora a sua voz, brinca com as alturas, dinâmicas, o âmbito e o timbre.
2 anos – desenvolvem cada vez mais a sua percepção melódica, iniciam a organização de padrões que podem ser reconhecidas como pequenas canções, conseguem controlar o contorno e o ritmo de uma frase musical mas não conseguem controlar a tonalidade.
3 anos – conseguem já cantar canções com alguma elaboração, utilizam palavras e contornos correctos, mas ainda não possuem a noção da tonalidade.
4 anos – conseguem manter estáveis as alturas e os intervalos durante uma ou duas frases mas depois, deslizam para outra tonalidade.
5 anos – conseguem estabilizar a tonalidade numa canção
6 anos – conseguem distinguir se certa sequência é tonal ou atonal
8 anos – já são capazes de verificar mudança de modo, surge a capacidade de distinguir as características dos intervalos.

Transferência Positiva do Treino Musical para Outras Áreas

Música e Linguagem:

A linguagem e a música possuem várias semelhanças, entre as quais se pode destacar a estrutura que lhes é inerente e que evolui no tempo. Avanços recentes nas neurociências demonstram que o treino musical parece influenciar a organização anatomo-funcional de regiões cerebrais que não estão exclusivamente dedicadas ao processamento musical, mas que estão também envolvidas no processamento da linguagem.

Música e Memória Verbal:

Os resultados de várias experiencias sugerem que a aprendizagem musical tem influência no desenvolvimento da memória verbal.

Música e Matemática:

Apesar de vários resultados contraditórios pode-se concluir que a aprendizagem musical leva ao desenvolvimento de competências matemáticas.

Música e o Q.I:

Os resultados de vários estudos revelaram que a aprendizagem musical e a duração dessa aprendizagem têm influência no funcionamento intelectual.

Vantagens da Prática Musical Para o Cérebro

Em relação às alterações no cérebro, vários neurocientistas e neurologistas já se debruçaram sobre este tema. Descobriram que a prática musical altera as complexas redes de neurónios do nosso cérebro. Uma das mais significativas transformações é a nível do cerebelo. Este, que controla milhares de fibras musculares no corpo, encontra-se maior nos músicos profissionais. Outra área que se apresenta maior nos músicos é o corpo caloso, uma tira de tecido que liga os dois hemisférios. Este É um órgão crítico para um pianista, pois precisa de sincronizar na perfeição os movimentos dos lados direito e esquerdo do corpo. Cada lado é gerido por metade do cérebro, como já referi anteriormente, e por isso, ambos os lados têm de trabalhar harmoniosamente. Um corpo caloso maior contém mais fibras nervosas, o que permite que mais sinais possam passar de um lado para o outro, o que por sua vez acelera a comunicação.
Após pouco tempo depois das crianças começarem a tocar já é notório que os seus cérebros começam a mudar, as áreas responsáveis pela audição e pela análise de música estão mais activas que nas crianças que não praticam actividade musical.
Através de vários estudos comprovou-se que, regra geral, as crianças estimuladas começam a aprender mais depressa, aprendem a falar mais fluentemente, têm melhores notas e um maior nível de sucesso. A estimulação precoce tem assim um efeito duradouro nas suas vidas, isto aplica-se especialmente à música. Através de Imagiologia por Ressonância Magnética (IRM) verificou-se que algumas regiões no cérebro dos músicos são maiores do que nos não-músicos: o corpo caloso, o planum temporale, o córtex motor primário, algumas regiões do cerebelo, a circunvolução de Heschl, córtex auditivo primário, a circunvolução frontal inferior, a parte lateral inferior do lobo temporal. Foi também possível verificar a correlação positiva entre a competência musical e o aumento do volume da massa cinzenta no cerebelo, das regiões auditivas primárias, das regiões motoras e de sensibilidade somática, assim como das regiões pré-motoras, temporal superior, parietal superior e na circunvolução frontal inferior. A correlação entre os resultados neurofisiológicos e os morfológicos foi significativa. Estas descobertas evidenciam a ligação existente entre as micro-estruturas do cérebro, a amplitude das respostas magnéticas/eléctricas, e demonstram que o treino musical potencia o funcionamento de diferentes regiões cerebrais.
Resultados de estudos utilizando a IRMf, TEP, MEG e os Potenciais Evocados (ERPs) demonstraram que ouvir música activa diferentes áreas cerebrais, incluindo as regiões límbica e para-límbica, as regiões auditivas primárias e secundárias, o córtex auditivo, a circunvolução supra marginal e o córtex frontal.

Predisposição Humana para a Música

Vários estudos comprovam que diferentes culturas partilham características musicais. Estas características constituem partes dos universais da música, as relações existentes entre graus das diferentes escalas, a sequência dos harmónicos, a tendência para se agrupar os sons de uma melodia em função da sua proximidade, entre outras. Por outro lado, esta partilha de características musicais pode ser reflexo de predisposições humanas para a música, e não apenas meras coincidências. Verifica-se então que as crianças poderão estar preparadas mais cedo para a aprendizagem musical do que se supõe para a aprendizagem musical. Existem inclusivamente autores que defendem a existência de determinadas características biológicas no ser humano que lhe permitem desenvolver as capacidades musicais e que estas por sua vez poderão ter influência no desenvolvimento de outras capacidades que lhes serão úteis no decorrer da vida.

Áreas do Cérebro utilizadas na Música:


Córtex Frontal Lateral Inferior: Estrutura harmónica, estrutura melódica, estrutura rítmica, estrutura tímbrica;
Circunvolução Temporal Superior: Estrutura harmónica (irregularidades);
Região Temporal Média e Superior: Estrutura harmónica (irregularidades), semântica musical;
Circunvolução Marginal Superior: Memória de trabalho;
Córtex Pré-Frontal: Memória de trabalho;

Córtex Orbito Frontal: Estrutura Harmónica, aspectos emocionais da música;
Área de Broca: Estrutura harmónica – análise auditiva de sequências harmónicas;
Córtex Pré-Motor: Estrutura harmónica – funções harmónicas regulares e irregulares;
Córtex Pré Motor Ventrículo Lateral Inferior: Análise e reconhecimento de informação auditiva sequencial;
Ínsula da Região Anterior: Aspectos emocionais da música;

Doutrina do Ethos

Neste pequeno capítulo vamos desenvolver alguns efeitos que a prática e a audição musical provocam no nosso corpo. Para isso temos de regressar alguns milénios atrás, até à antiga Grécia. Na antiga Grécia, a música era uma actividade ligada a todas as manifestações sociais, culturais e religiosas. Dentre todas as artes, era a mais relevante. Para os gregos, a música era tão importante e universal, como a sua própria língua. Como forma de expressão tinha o poder de influenciar e modificar a natureza moral do homem e do Estado. A música deveria exaltar as boas qualidades no cidadão e, ao mesmo tempo, promover o significado de ordem, dignidade, capacidade de decisões, além do equilíbrio, simplicidade e temperamento. “Na concepção de Platão, a música expressa as relações intrínsecas existentes entre as progressões musicais e os movimentos da alma.” As formas de expressão rítmicas, melódicas e poéticas eram determinadas por normas que pudessem conduzir o indivíduo à essência desses princípios. Esse princípio tem a sua origem na música das culturas orientais, mas é somente na Grécia que atinge seu desenvolvimento máximo, com a doutrina do Ethos. Na perspectiva musical, a doutrina do Ethos expressa a ordenação, a diferenciação e o equilíbrio dos componentes rítmicos, melódicos e poéticos. A sincronia de todos esses elementos constituía um factor determinante na influência da música sobre o carácter humano. “Ethos é uma palavra grega, que pode ser traduzida de maneiras diferentes, tais como, personalidade, carácter, estado de alma, disposição mental. Na arte, o Ethos corresponde a estados emocionais estáticos, entendido como o contrário do Pathos, o dinamismo emocional.” O sistema melódico utilizado era o chamado “modos Gregos”, que é utilizado ao longo de toda a música da Idade Média e do Renascimento. A cada modo grego estava associado um carácter, um Ethos: o modo dórico (modo de mi) era viril, grave, belo e educativo; o modo frígio (modo de ré) era agitado, entusiasta e báquico; o modo lídio (modo de dó) era dolente, fúnebre, decente e educativo (segundo Aristóteles); o modo mixolídio (modo de si) era patético.

Criatividade

Um dos factores mais importantes para o sucesso hoje em dia é a criatividade. Mesmo as crianças prodigiosas chegam a uma altura em que ninguém quer saber se têm uma técnica perfeita, mas sim se tocam de maneira diferente, isto é, se tocam de forma criativa. Têm que passar de crianças prodígio a génios criativos. Ora, isto levanta a questão sobre o que é a criatividade. Como resposta a isto, não há uma resposta absoluta, mas sim vários pontos de vista que podem ser levados em consideração.
Sob o ponto de vista humano, a criatividade é a obtenção de novos arranjos de ideias e conceitos já existentes formando novas estruturas que resolvam um problema de forma incomum, ou que obtenham resultados de valor para um indivíduo ou uma sociedade. A criatividade pode também fazer aparecer resultados de valor estético ou perceptual, que tenham como característica principal uma distinção forte em relação às ideias convencionais.
Sob o ponto de vista cognitivo, a criatividade é o nome dado a um grupo de processos que procura variações num espaço de conceitos de forma a obter novas e inéditas formas de agrupamento, em geral seleccionadas por valor (ou seja, possuem um valor superior às estruturas já disponíveis, quando consideradas separadamente). Podem também ter valor similar às coisas que já se dispunha antes, mas que representam áreas inexploradas do espaço conceitual (nunca usadas antes).
Sob o ponto de vista neurocientífico, a criatividade designa o conjunto de actividades exercidas pelo cérebro, na busca de padrões que provoquem a identificação perceptual de novos objectos que, mesmo usando "pedaços" de estruturas perceptuais antigas, apresentem uma peculiar ressonância, caracterizadora de uma inovação.
A neurociência demonstra que a criatividade depende do esforço conjunto de uma rede de estruturas dos dois lados do cérebro, que servem cada uma a uma função específica, nomeadamente: memória, imaginação, significados emocionais complexos, motivação e flexibilidade cognitiva (que representa a capacidade de mudar o conjunto de regras em uso no momento). Pensa-se que o lobo frontal e o temporal são os principais intervenientes na criatividade. O lobo frontal é o responsável pela geração de ideias, enquanto o lobo temporal é o responsável pelo controlo da sua libertação ordeira.
Os compositores e os músicos de jazz têm a difícil tarefa de criar. Os músicos em geral limitam-se a interpretar obras de outros compositores com as suas próprias ideias, mas criar algo é bastante diferente. Ao longo dos tempos várias técnicas foram usadas para compor. Ao longo de toda história, a música passou por muitas fases, muitos compositores limitavam-se a compor ao gosto da época, outros tentaram sempre quebrar as correntes e fazer algo de novo, e deve-se a todos eles o processo evolutivo pelo qual a música passou. Tanto pela necessidade, como pelo gosto, o ser humano vê-se obrigado a criar, isto é, a inovar. Esta é uma das características que nos distingue dos outros animais.
Então, será que a arte apareceu como resultado da evolução, ou foi a descoberta da arte que proporcionou a nossa evolução? Para o neurologista britânico Oliver Sacks, a musicalidade é tão primordial à espécie, quanto a linguagem. Assim, entender a relação entre música e cérebro é crucial para a compreensão do homem.

Memória

A memória é a capacidade de adquirir, armazenar e recuperar informações disponíveis. Por um lado, a memória humana permite-nos identificar e classificar sons, sinais, cheiros, gostos e sensações. Por outro lado, é capaz de reter e manipular informações que adquirimos durante nossa vida. A memória foca coisas específicas, requer grande quantidade de energia mental e deteriora-se com a idade. É um processo que relaciona pedaços de memória e conhecimentos com o objectivo de gerar novas ideias, ajudando a tomar decisões diárias. Estes procedimentos envolvem mecanismos de codificação, retenção e recuperação. Sabe-se que a memória humana possui as suas limitações, isto é, o indivíduo é apenas capaz de memorizar um número limitado de informações, então, muitas vezes, esquecemos para recordar.

A memória, segundo diversos estudos é a base do conhecimento. Como tal, deve ser trabalhada e estimulada. É através dela que damos significado ao quotidiano e acumulamos experiências para utilizar durante a vida.
Hoje é possível afirmar que a memória não possui uma única localização, sendo que, são diferentes as estruturas cerebrais que estão envolvidas na aquisição, armazenamento e evocação das diversas informações adquiridas por aprendizagem. Existem, pelo menos, três processos diferentes que podem ser identificados na memória humana.
O primeiro processo, e de primordial importância, é o processo de Reconhecimento de Padrões. Este processo acontece na Memória Sensorial-Motora e envolve a associação de significado a um padrão sensorial. A Memória Sensorial é um sistema de memória que através da percepção da realidade pelos sentidos retém por alguns segundos a imagem detalhada da informação sensorial, recebida por algum dos órgãos de sentido. A Memória Sensorial é responsável pelo processamento inicial da informação sensorial e também pela sua codificação.
O segundo processo acontece na chamada Memória a Curto Prazo. A Memória a Curto Prazo recebe as informações já codificadas pelos mecanismos de reconhecimento de padrões da Memória Sensorial-Motora e retém estas informações por alguns segundos, talvez alguns minutos, para que estas sejam utilizadas, descartadas ou mesmo organizadas para serem armazenadas.
O terceiro processo acontece na Memória de Longo Prazo. A Memória de Longa Prazo, através do hipocampo recebe as informações da Memória a Curto Prazo e armazena-as. A Memória de Longo Prazo possui capacidade ilimitada de armazenamento e as informações ficam assim armazenadas por tempo também ilimitado. A forma como são organizadas as informações mantidas pela Memória de Longo Prazo e os processos de procura e recuperação destas informações são foco de importantes estudos nos dias actuais.
É imprescindível focar o papel da memória na música, pois é graças a ela que assimilamos tudo o que aprendemos e estudamos. É por isso que é tão difícil começar a estudar música, nado nos é inato e temos de aprender a controlar muitas acções ao memo tempo. Com o decorrer do tempo, com o estudo e devido à nossa memória não-declarativa, as coisas começam a tornar-se naturais e assim, podemos deixar de pensar na técnica e concentrar toda nossa atenção no nosso objectivo principal, a expressividade musical, tratando-se esta de uma memória muscular. É necessária também a aprendizagem de toda a notação musical, o que requer bastante memória.
Por isso é tão importante ouvir música, as várias características das épocas da história da música vão sendo assimiladas através da audição e da memória auditiva. Assim, um músico experiente, ao ler uma partitura já sabe como deve fluir a música.
Os músicos de jazz, por exemplo, memorizam sequências, modos, escalas, acordes e ritmos de maneira a puderem ser utilizados de forma espontânea e natural na improvisação.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Visão / Leitura

Outro sentido muito importante no campo da música é a visão. A grande maioria dos músicos necessita de ler partituras. A música possui a sua própria linguagem, que não é universal. A notação musical é o nome dado a qualquer sistema de escrita utilizado para representar graficamente as melodias, permitindo a um intérprete que a execute da maneira desejada pelo compositor. O sistema de notação mais utilizado actualmente é o sistema gráfico ocidental. Existem muitos outros sistemas de notação, sendo que, muitos deles também são usados na música moderna.
O elemento básico de qualquer sistema de notação musical é a nota, que representa um único som e as suas características básicas, a duração e a altura. Os sistemas de notação também permitem representar outras características, tais como variações de intensidade, expressão ou técnicas de execução instrumental.
O sentido da visão desempenha um papel fundamental na actividade musical. A notação musical é de extrema importância para a aprendizagem musical. Então, para tal, para além da audição é necessária a visão.
Os olhos são as janelas do corpo para o mundo. Como uma câmara de vídeo, detectam o mundo em movimento e a cores e transformam-no em pequenos sinais eléctricos. Estes sinais são impulsos nervosos, que se dirigem para o cérebro para serem analisados. Leitura à primeira vista designa a leitura e a execução de uma peça musical escrita, especificamente por um músico que nunca a tenha visto antes. É um processo complexo, porque é necessária a leitura e a execução instrumental ao mesmo tempo. No piano, a leitura à primeira vista é extremamente difícil, devido aos complexos ritmos e à sobreposição de muitas notas para cada mão. São então necessárias algumas técnicas, tais como: bases fundamentais de técnica e leitura; habilidade e agilidade motora; habilidade para ler, reconhecer, e lembrar-se de grupos de notas (direcções, frases, acordes, padrões rítmicos e melódicos, temas, inversões intervalos); habilidade para ler e memorizar os compassos à frente do que está a ser tocado; audição mental; habilidade para manter a pulsação e estar ciente da estrutura e teoria da música.
Para além do domínio técnico instrumental e da agilidade mental é necessário um incrível processamento de memória.

Aprendizagem motora / Música

Para a música, tal como para todas as outras manifestações artísticas, a abordagem de diversos elementos em simultaneidade é necessária para que a expressividade dessa arte possa ser elevada ao máximo. É normal para um músico ter de associar elementos do teatro, e até imagens na sua performance, com o objectivo de aperfeiçoar as suas qualidades e projectar a sua arte. A execução de um instrumento musical, seja ele qual for, envolve diferentes abordagens técnicas, para se conseguir os resultados desejados.
Existe uma série de factores essenciais na aprendizagem motora: a postura corporal, a eficiência do método utilizado para a aprendizagem, o meio em que a tarefa deve ser realizada ou aprimorada e outros demais factores, tais como a intensidade do estudo, intervalos entre períodos de prática ao instrumento, entre outros. No caso da produção do som em especial, diferentes meios são usados, dependendo do instrumento.
Por exemplo, nos instrumentos de cordas, o executante usa um arco, de modo a ser friccionado contra a corda do instrumento, colocando-a em vibração. A qualidade do som resultante depende da relação entre a velocidade e a pressão do arco sobre a corda. Com os instrumentos de sopro, o som é produzido pela vibração de uma massa de ar originada no instrumento.
No caso dos instrumentistas de cordas, para se obter o controlo do movimento do arco, a habilidade a ser desenvolvida está relacionada com a capacidade do instrumentista colocar em acção uma série de elementos que combinam os movimentos do braço (músculos posteriores), do antebraço, a rotação do cotovelo, movimentos do pulso, além da correcta utilização dos dedos polegar, indicador e mínimo.
Já para os instrumentistas de sopro, entre as qualidades e habilidades técnicas necessárias para uma correcta produção do som, a mais importante é o controlo da respiração. Este controlo exerce uma importante acção no padrão de respiração desenvolvido pelo instrumentista e o correcto desenvolvimento deste permitirá um desempenho técnico-musical mais aprimorado, com menor esforço e com maior naturalidade na emissão da coluna de ar. É este um dos elementos essenciais para a prática instrumental os instrumentistas de sopro: o controlo voluntário sobre a respiração para a emissão da coluna de ar na produção do som.
O conjunto de músculos essenciais a esta actividade é constituído por: músculos abdominais, músculos intercostais, abdómen e diafragma.
Para os instrumentistas de sopro são também essenciais os músculos da embocadura. A Embocadura é a forma que os músculos da boca, lábios, queixo e rosto se posicionam quando colocamos o bocal nos lábios para produzir o som no instrumento. Esta é composta por doze músculos responsáveis pela preparação da máscara. A embocadura, quando em harmonia com uma correcta coluna de ar, deve ser capaz de produzir uma boa sonoridade, uma grande extensão, variação de dinâmicas, flexibilidade e articulações diversas. Para além disto, a embocadura deve suportar diariamente uma carga de estudos, ensaios e actuações, que podem durar muitas horas. Os cantos da boca são os pontos mais importantes de uma embocadura eficiente.
Tocar piano subentende a realização de uma série de movimentos complexos coordenados, em concordância com a notação musical. O desenvolvimento das habilidades motoras de um pianista consiste principalmente em melhorar a rapidez e a precisão com que o sistema nervoso central coordena a actividade. A coordenação motora está ligada a uma séria de factores determinantes na realização do movimento, “inúmeros factores e processos isolados [...] actuam conjuntamente num movimento simples”, (Meinel, 1987).
Um pianista, para além da complexidade rítmica, tem que ler acordes com muitas notas em simultâneo, tendo que coordenar cada dedo para as respectivas notas. Este processo é muito difícil, porque a quantidade de matéria cerebral que representa cada parte do corpo é proporcional à quantidade de controlo que esse motor primário tem sobre essa parte do corpo. Por exemplo, os movimentos complexos das mãos e dedos exigem uma grande parcela de matéria cerebral, contrariamente aos grandes grupos musculares das pernas ou tronco.
A prática instrumental de instrumentos de percussão requer por parte do executante alguma exigência a nível físico, coordenação motora, leitura rítmica, percepção de tempo e envolve várias técnicas distintas de execução. A aprendizagem de um instrumento de percussão deve ser feita, numa primeira fase, de modo a obter destreza e coordenação motora, fundamentando-se na aprendizagem e execução de padrões rítmicos simples executados em bateria; e numa fase posterior, de modo a fomentar e desenvolver a destreza e coordenação motora, baseando-se na execução de padrões rítmicos mais complexos em vários instrumentos de percussão. Um percussionista, para ser bastante completo em termos artísticos, necessita de desenvolver um conjunto de técnicas muito variadas, que passam pela independência auditiva e motora, a técnicas de afinação e percussão de cada instrumento, sendo ainda importante uma noção rítmica muito apurada.

Problemas na coordenação motora podem prejudicar a nível técnico e mesmo acabar com carreiras musicais. O instrumentista pode sofrer de tremores, fraquezas ou dores, mas a mais preocupante é a distonia focal. Os instrumentistas sofrem de contracções musculares involuntárias, deixando de ter controlo nos músculos da mão ou embocadura. Torna-se praticamente impossível a prática instrumental. Distinguem-se “a distonia geral, em que os sintomas podem manifestar-se em todas as extremidades, mais propriamente no tronco, ou seja, em mais de cinquenta por cento do corpo e a distonia focal, que se concentra numa parte específica do corpo, desde dos braços, pernas, tronco, pescoço, face, pálpebras ou mesmo das cordas vocais.”

Coordenação Motora

Depois de visualização mental é necessária uma boa resposta física, a coordenação motora. A coordenação do movimento é uma “ordenação, isto é, uma organização de acções motoras no sentido de uma determinada meta, bem como um objectivo” (Foster, 1902 apud Meinel, 1987, p.3). De acordo com Turvey (1990) apud Magill (2000, p. 38), “coordenação é a padronização dos movimentos do corpo e dos membros relativamente à padronização dos eventos e objectos do ambiente”.
Enquanto músicos, o cérebro tem também um papel fundamental na coordenação dos nossos músculos necessários à execução musical. Neste processo intervêm o SNC (sistema nervoso central) e o SNP (sistema nervoso periférico). O SNC é composto pelo encéfalo e pela espinal-medula. A espinal-medula é constituída por um cordão de nervos localizados no interior da coluna vertebral. Esta desempenha duas funções principais em simultâneo, condução e coordenação. O SNP divide-se em duas partes: o sistema nervoso somático e o sistema nervos autónomo. O sistema nervoso somático é constituído pelos nervos aferentes ou sensitivos, nervos eferentes ou motores e nervos mistos. Os nervos que conduzem a informação dos órgãos receptores ou sensitivos (órgãos que recebem estímulos) para o SNC são os nervos aferentes ou sensitivos. Os nervos que conduzem a informação do SNC para os órgãos efectores (órgãos que executam a resposta) são os nervos eferentes ou motores. Os nervos mistos, são constituídos por fibras sensitivas e fibras motoras, o que lhes permite o desempenho de dupla função.
O SNA é o responsável pelo controlo das glândulas e dos actos involuntários, que ajudam no controlo do meio interno. O SNA é constituído pelos nervos periféricos ligados ao funcionamento do coração, estômago, intestino, glândulas e outros órgãos internos.
O SNA entre outras funções, auxilia o controlo da pressão arterial, da produção de urina e da temperatura corporal. Este pode ser dividido em sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático. De um modo geral, as acções do sistema nervoso simpático estão relacionadas com a mobilização de energias do corpo para suportar um aumento de actividade, como o que acontece em situações de perigo, tensão ou angústia. As acções do sistema nervoso parassimpático, por outro lado, estão direccionadas no sentido de conservar as energias corporais. Assim, a maioria dos órgãos é envolvida por ambos os sistemas nervosos, sofrendo efeitos antagónicos.
Os músicos profissionais estão constantemente sujeitos a elevados níveis de ansiedade e stress, sofrendo consequentemente grandes descargas de adrenalina. Estas alteram significativamente a divisão simpática provocando a aceleração do ritmo cardíaco, o aumento do nível de glicose no sangue, a dilatação dos brônquios que resulta numa respiração mais rápida, a dilatação das artérias coronárias, a vasoconstrição da pele, a inibição da digestão, o aumento da produção de urina e o descontrole muscular. A actividade corporal do músico está então claramente fora do normal, o que reduz significativamente a sua concentração. Este é um dos factores mais significativos em prova, a capacidade de concentração. Por exemplo, acontece frequentemente, o nervosismo interferir na qualidade dos espectáculos, podendo mesmo ter efeitos desastrosos na actuação.
Como tal, é importantíssimo o músico aprender a controlar os níveis de ansiedade de maneira a prevenir este tipo de problemas.
Todo o sistema nervoso é constituído por um tecido especial, que contém dois tipos de células: os neurónios ou células nervosas e as células gliais. Os neurónios são células especializadas no transporte de mensagens electroquímicas a alta velocidade de uma parte do corpo para outra, que quando se encontram juntas num feixe, formam nervos .

Do ponto de vista funcional, podemos considerar três classes de neurónios. Os neurónios sensitivos ou aferentes, que levam os impulsos dos órgãos sensoriais para o sistema nervoso central (encéfalo e espinal medula). Os neurónios motores ou eferentes, que levam os impulsos do sistema nervoso central até aos órgãos eferentes (músculos e glândulas). Os neurónios intermédios ou de associação estabelecem as ligações entre os neurónios motores e sensitivos.
Os neurónios têm como função a transmissão de informação de uma parte do corpo para outra, estes sinais são denominados impulsos nervosos. Quando uma fibra nervosa recebe um estímulo, modifica as suas características eléctricas, produzindo assim uma pequena corrente eléctrica, que circula nos nervos, passando de neurónio a neurónio. Esta corrente é conhecida como influxo nervoso e ocorre numa única e só direcção, isto é, das dendrites para o corpo celular e deste para o axónio. Quando as nossas acções resultam de movimentos comandados pela nossa vontade, são os chamados actos voluntários. Um acto voluntário é uma acção que é precedida por uma determinada actividade mental, quando é consciente a intenção de a executar. Da mesma forma que essa acção é executada, também ela pode ser voluntariamente interrompida. Num acto voluntário, é o cérebro que ordena todo o percurso da mensagem nervosa, mais precisamente a área motora do córtex cerebral, pois ela é a responsável pela coordenação dos movimentos voluntários. O estímulo para o acto voluntário inicia-se no córtex cerebral e passa para a substância branca da espinal-medula, que funciona como nervo motor. Posteriormente, é transmitido aos nervos motores, chegando aos órgãos efectores.
Os nervos cruzam-se à entrada e à saída do encéfalo, de modo a que o córtex cerebral do hemisfério direito, comande as sensações e movimentos da metade esquerda do corpo, enquanto o córtex cerebral do hemisfério esquerdo comanda tudo o que se passa do lado direito do corpo.
É todo este processo que torna tão difícil a prática instrumental. Numa fase inicial da aprendizagem do instrumento é necessário “ensinar” ao cérebro quais são os músculos necessários para a execução. Este processo é bastante longo e exaustivo. Todo este trabalho muscular é equiparado ao dos atletas de alta competição, onde os músculos têm de se movimentar de uma forma coordenada em determinados espaços de tempo e por períodos bastante extensos.

Audição Mental

O Prof. Dr. Robert Zatorre estuda as bases neurológicas para eventos relacionados com o som, especificamente, o discurso e a música. Neste seguimento, estudou pacientes com lesões cerebrais, bem como indivíduos sem lesões, utilizando técnicas de mapeamento do cérebro.
Num dos seus principais projectos, Zatorre investiga a capacidade de “ouvir” música na mente, com o objectivo de perceber se é a mesma parte do cérebro que funciona aquando de uma “audição” com origem interna ou externa.
Todos os dias nós utilizamos aquilo é que é chamado a visão mental e a audição mental. Sempre que estamos a raciocinar, a relembrar-nos de acontecimentos passados, ou a imaginar o futuro, usamos estas capacidades mentais, tão difíceis de explicar. Mesmo com os olhos fechados conseguimos imaginar e visualizar qualquer imagem, até em silêncio conseguimos imaginar e ouvir qualquer som.
Vários neurologistas por todo o mundo debruçam-se sobre este estudo, tentando perceber que partes do cérebro são usadas para estas funções.
Foi talvez esta a técnica utilizada por Beethoven, após a sua surdez definitiva. Este, mesmo completamente surdo, conseguiu compor a sua tão famosa 9.ª sinfonia. Desde pequeno que Beethoven demonstrou possuir dotes de um verdadeiro génio musical. É possível que tal como tantos outros compositores da história, Beethoven possuísse um ouvido incrivelmente treinado. Então, após a sua perca de audição, este já não necessitava de ouvir os sons para compor, bastava imaginá-los. Conseguia perfeitamente saber qual era o resultado sonoro daquilo que escrevia. Cada nota, cada escala, cada instrumento estava dentro da sua cabeça. A audição mental (auditory imagery, aural imagery) é uma ferramenta de extrema importância para os músicos e maestros. Assim, à semelhança de que Beethoven fazia, estes podem imaginar o som, a articulação e a dinâmica que pretendem, podendo assim anteciparem-se de forma a eliminar e/ou evitar qualquer tipo de falha.

Sensações de Audibilidade

Na realidade, nós não conseguimos ouvir um som puro, pois este passa por alguns processos complexos até chegar ao nosso cérebro. O que nós temos é a sensação de audição. Acontece o mesmo com os nossos outros sentidos. Então, o nosso corpo, apesar de receber os sinais, estes podem já ter sofrido graves alterações em relação à realidade, podendo mesmo tornarem-se incompreensíveis. Desta forma, tudo o que é absorvido através dos nossos cinco sentidos é transformado em sensações.
Na audição existem três sensações auditivas primárias associadas a um determinado som musical, nomeadamente: altura, intensidade e timbre.
A altura de um som é uma característica sensorial, que resulta da frequência. Esta desempenha um papel fundamental na música, porque o nosso sistema auditivo possui um extraordinário poder separador, podendo discernir nitidamente, em média 300 pequenos intervalos (savarts).
A intensidade do som é a quantidade de energia que cada movimento vibratório contém. Pode ser medida de duas formas: a energia contida no movimento vibratório (W/cm2) e a pressão do ar provocada pela onda sonora (BAR). Devido à sua variação logarítmica, ambas as unidades são de difícil tratamento e recorre-se então a uma escala auxiliar, para a avaliação da intensidade, que é o decibel (dB).
O timbre é basicamente a “cor” do som. Depende de inúmeros factores tais como, o número e a intensidade dos componentes e os períodos transitórios.
Existem vários factores que podem alterar estas sensações, e são bastante importantes, pois estes podem ter um peso muito importante no nosso percurso musical.

Audição

No fenómeno da audição sucedem-se três fases:

1.ª – Fase Física, que consiste na recolha das ondas de compressão – rarefacção originadas pelas vibrações da fonte sonora;
2 – Fase Fisiológica, que compreende o funcionamento do complexo mecanismo das membranas, músculos, líquidos, tecidos e nervos constituintes do aparelho auditivo;
3 – Fase psíquica, que é feita no cérebro e pelo cérebro, sendo a sensação consciente de audição.

Fase física e fase fisiológica:
As ondas de compressão-rarefacção são encaminhadas pelo canal auditivo até ao tímpano, fazendo-o vibrar, o que faz vibrar também os três ossículos. Quando a base do estribo entra em vibração, a janela é encurvada para dentro e as ondas sonoras são transmitidas à perilinfa da cóclea. As ondas fazem vibrar a membrana basilar do órgão de Corti, enquanto a membrana tectória deste se mantém estática. Isto faz com que os estereocilios do topo das células ciliadas entre as duas membranas se friccionem de uma forma intermitente. O deslocamento dos cílios desencadeia o disparo de um sinal nervoso pelo nervo coclear. Este forma com o nervo vestibular o nervo vestibulococlear (nervo auditivo).
Os impulsos nervosos penetram no cérebro pelo núcleo coclear do bolbo raquidiano e são enviados para a zona cerebral auditiva do lobo temporal onde vão ser interpretados. Esta zona está relacionada com a zona de memória auditiva e á do “centro de linguagem”. Há dois nervos auditivos, provenientes de cada ouvido e existem também duas zonas auditivas, uma em cada hemisfério cerebral.

Fase psíquica:
Depois da recolha das ondas sonoras (a sua conversão em energia mecânica e em ondas de pressão hidráulica e finalmente em impulsos eléctricos), falta a última ligação da cadeia auditiva, que consiste na passagem de um número enorme de sinais sonoros para o cérebro. Só depois destes sinais serem recebidos e interpretados pelo cérebro é que tomam sentido sonoro para quem ouve, podendo causar várias sensações, tais como harmonia, paz, tristeza, calma, melancolia, alegria e mesmo energia.
Um som pode produzir emoções e reacções físicas diferentes de pessoa para pessoa. Para isso, o cérebro tem um “centro de memória auditiva”, que começa a absorver e a gravar informações sonoras quase desde a nascença. Assim, um adulto “normal” pode armazenar à volta de meio milhão de sinais.

Ouvido

Como vimos anteriormente, o cérebro comanda todo o nosso corpo, este desempenha um papel fundamental na audição, na leitura, na performance, no canto, na improvisação e também na composição. Para estas tarefas é necessária a intervenção dos vários sentidos do nosso corpo. Começamos pela audição, um dos sentidos mais essenciais para a música. Graças a este sentido conseguimos ouvir os mais diversificados sons e transformá-los em impulsos nervosos, que o nosso cérebro descodifica. Uma das coisas mais notáveis desse processo é a maneira completamente mecânica com que acontece. Para entender como funciona a audição, é preciso compreender primeiro o que é um som.
O som é caracterizado por variações de pressão, que necessitam de um meio compressível para o seu deslocamento. São ondas mecânicas portanto, que necessitam de um meio físico para a sua propagação. No entanto, não são todas as flutuações de pressão que produzem um estímulo auditivo no ser humano. Como na sensação de visão, onde apenas conseguimos ver as radiações a que damos o nome de luz visível de todo o espectro electromagnético, na audição apenas uma faixa limitada da frequência pode produzir a sensação de audição humana. O som é uma forma de energia, que é transmitida pela colisão sucessiva de moléculas, umas contra as outras. Na gama de frequências de 20 até 20 kHz as ondas de pressão no meio podem ser humanamente audíveis, mas com graus de sensibilidade diferentes, devendo também ser levada em consideração a amplitude do som na determinação da audibilidade humana.
Quando algo vibra na atmosfera, move as partículas de ar. Desta maneira, o objecto que está em vibração envia uma onda flutuante de pressão através da atmosfera (ondas de compressão e rarefacção). Nós ouvimos sons diferentes por causa das variações na frequência de onda sonora. Uma frequência de onda mais alta significa que se estão a dar mais flutuações num determinado período de tempo, assim, ouvimos então um som mais agudo. Por outro lado, quando há poucas flutuações num determinado período de tempo, o som é mais grave. O nível de pressão do ar em cada flutuação, a amplitude das ondas, determina a altura do som.
Para ouvir sons, o ouvido necessita de captar o som e direccioná-lo para o canal auditivo do ouvido, sentir as flutuações na pressão do ar e transformar essas flutuações num sinal eléctrico para que o cérebro o possa entender.
O Ouvido: Divide-se em 3 partes

Ouvido externo: Recolhe e redirecciona as ondas sonoras para o interior do aparelho auditivo
Ouvido intermédio: Transforma as ondas sonoras em energia mecânica
Ouvido interno: Transforma a energia mecânica em ondas de pressão hidráulica e finalmente em impulsos eléctricos

terça-feira, 20 de julho de 2010

O Cérebro

Não há nada mais importante para a nossa vida do que a saúde do nosso cérebro, afinal este é o organismo que nos possibilita desde o exercício do pensamento e do raciocínio, até ao controlo de todas as actividades do nosso corpo. É no cérebro que se localizam os centros nervosos, que controlam todas as actividades sensitivas e motoras, bem como as áreas que determinam a razão, a memória e a inteligência. Apesar da sua importância, este é o órgão do corpo humano que menos conhecemos. O cérebro humano que requer 25% de todo o sangue bombeado pelo coração, morre quando privado de oxigénio durante alguns minutos. O cérebro é extremamente complexo e extenso e é um dos dois constituintes do sistema nervoso central. Em geral, quando utilizamos o termo cérebro estamo-nos a referir ao encéfalo no seu todo.
O encéfalo é a maior massa de tecido nervoso do corpo, sendo constituído por cerca de 12 biliões de neurónios e está contido no crânio. Este pode ser dividido em três áreas principais: cérebro, cerebelo e tronco encefálico.

Evolução


Desde o início dos tempos, o ser humano tem sofrido enormes alterações sendo uma das principais a nível do cérebro. Sempre que este complexo órgão do nosso corpo crescia, ia permitindo um grande desenvolvimento a nível físico e mental. Com esta evolução, outras foram surgindo, o homem tornou-se bípede, o seu corpo cresceu, as suas mãos transformaram-se, aprendeu a comunicar, construiu engenhocas, aprendeu a manobrar o fogo, e talvez o factor mais importante, aprendeu a pensar. Surgiu então uma nova era, a nossa espécie organizou-se em grupos e juntos derrotaram os inimigos mais temíveis, adaptando-se assim às mais variadas situações.
Agora a caça já não era necessária, pois o homem tinha aprendido a cultivar e a pescar. Estas sociedades passaram então de nómadas a sedentárias e assim começaram a surgir as primeiras formas de arte, nomeadamente a pintura e a música. Cada povo tinha as suas culturas e tradições, tal como acontece na actualidade. As pinturas rupestres e as flautas de osso, provenientes desse tempo, são provas irrefutáveis disto.

Estudos recentes pretendem compreender melhor a importância que a arte teve na nossa evolução. Muitos dados sugerem que a arte não é um resultado da nossa evolução, mas sim uma das causas para a mesma.