quinta-feira, 22 de julho de 2010

Memória

A memória é a capacidade de adquirir, armazenar e recuperar informações disponíveis. Por um lado, a memória humana permite-nos identificar e classificar sons, sinais, cheiros, gostos e sensações. Por outro lado, é capaz de reter e manipular informações que adquirimos durante nossa vida. A memória foca coisas específicas, requer grande quantidade de energia mental e deteriora-se com a idade. É um processo que relaciona pedaços de memória e conhecimentos com o objectivo de gerar novas ideias, ajudando a tomar decisões diárias. Estes procedimentos envolvem mecanismos de codificação, retenção e recuperação. Sabe-se que a memória humana possui as suas limitações, isto é, o indivíduo é apenas capaz de memorizar um número limitado de informações, então, muitas vezes, esquecemos para recordar.

A memória, segundo diversos estudos é a base do conhecimento. Como tal, deve ser trabalhada e estimulada. É através dela que damos significado ao quotidiano e acumulamos experiências para utilizar durante a vida.
Hoje é possível afirmar que a memória não possui uma única localização, sendo que, são diferentes as estruturas cerebrais que estão envolvidas na aquisição, armazenamento e evocação das diversas informações adquiridas por aprendizagem. Existem, pelo menos, três processos diferentes que podem ser identificados na memória humana.
O primeiro processo, e de primordial importância, é o processo de Reconhecimento de Padrões. Este processo acontece na Memória Sensorial-Motora e envolve a associação de significado a um padrão sensorial. A Memória Sensorial é um sistema de memória que através da percepção da realidade pelos sentidos retém por alguns segundos a imagem detalhada da informação sensorial, recebida por algum dos órgãos de sentido. A Memória Sensorial é responsável pelo processamento inicial da informação sensorial e também pela sua codificação.
O segundo processo acontece na chamada Memória a Curto Prazo. A Memória a Curto Prazo recebe as informações já codificadas pelos mecanismos de reconhecimento de padrões da Memória Sensorial-Motora e retém estas informações por alguns segundos, talvez alguns minutos, para que estas sejam utilizadas, descartadas ou mesmo organizadas para serem armazenadas.
O terceiro processo acontece na Memória de Longo Prazo. A Memória de Longa Prazo, através do hipocampo recebe as informações da Memória a Curto Prazo e armazena-as. A Memória de Longo Prazo possui capacidade ilimitada de armazenamento e as informações ficam assim armazenadas por tempo também ilimitado. A forma como são organizadas as informações mantidas pela Memória de Longo Prazo e os processos de procura e recuperação destas informações são foco de importantes estudos nos dias actuais.
É imprescindível focar o papel da memória na música, pois é graças a ela que assimilamos tudo o que aprendemos e estudamos. É por isso que é tão difícil começar a estudar música, nado nos é inato e temos de aprender a controlar muitas acções ao memo tempo. Com o decorrer do tempo, com o estudo e devido à nossa memória não-declarativa, as coisas começam a tornar-se naturais e assim, podemos deixar de pensar na técnica e concentrar toda nossa atenção no nosso objectivo principal, a expressividade musical, tratando-se esta de uma memória muscular. É necessária também a aprendizagem de toda a notação musical, o que requer bastante memória.
Por isso é tão importante ouvir música, as várias características das épocas da história da música vão sendo assimiladas através da audição e da memória auditiva. Assim, um músico experiente, ao ler uma partitura já sabe como deve fluir a música.
Os músicos de jazz, por exemplo, memorizam sequências, modos, escalas, acordes e ritmos de maneira a puderem ser utilizados de forma espontânea e natural na improvisação.

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