quinta-feira, 22 de julho de 2010

Doutrina do Ethos

Neste pequeno capítulo vamos desenvolver alguns efeitos que a prática e a audição musical provocam no nosso corpo. Para isso temos de regressar alguns milénios atrás, até à antiga Grécia. Na antiga Grécia, a música era uma actividade ligada a todas as manifestações sociais, culturais e religiosas. Dentre todas as artes, era a mais relevante. Para os gregos, a música era tão importante e universal, como a sua própria língua. Como forma de expressão tinha o poder de influenciar e modificar a natureza moral do homem e do Estado. A música deveria exaltar as boas qualidades no cidadão e, ao mesmo tempo, promover o significado de ordem, dignidade, capacidade de decisões, além do equilíbrio, simplicidade e temperamento. “Na concepção de Platão, a música expressa as relações intrínsecas existentes entre as progressões musicais e os movimentos da alma.” As formas de expressão rítmicas, melódicas e poéticas eram determinadas por normas que pudessem conduzir o indivíduo à essência desses princípios. Esse princípio tem a sua origem na música das culturas orientais, mas é somente na Grécia que atinge seu desenvolvimento máximo, com a doutrina do Ethos. Na perspectiva musical, a doutrina do Ethos expressa a ordenação, a diferenciação e o equilíbrio dos componentes rítmicos, melódicos e poéticos. A sincronia de todos esses elementos constituía um factor determinante na influência da música sobre o carácter humano. “Ethos é uma palavra grega, que pode ser traduzida de maneiras diferentes, tais como, personalidade, carácter, estado de alma, disposição mental. Na arte, o Ethos corresponde a estados emocionais estáticos, entendido como o contrário do Pathos, o dinamismo emocional.” O sistema melódico utilizado era o chamado “modos Gregos”, que é utilizado ao longo de toda a música da Idade Média e do Renascimento. A cada modo grego estava associado um carácter, um Ethos: o modo dórico (modo de mi) era viril, grave, belo e educativo; o modo frígio (modo de ré) era agitado, entusiasta e báquico; o modo lídio (modo de dó) era dolente, fúnebre, decente e educativo (segundo Aristóteles); o modo mixolídio (modo de si) era patético.

9 comentários:

  1. jonio Do
    dorico Re
    lidio MI
    frigio Fa
    Mixolidio Sol
    Eolio La
    Lócrio Si
    por favor em... estao tirando as informações de onde? ta tudo errado

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    Respostas
    1. Quando fiz a disciplina "História da Música" vi que a igreja católica se apropriou do conhecimento modal dos gregos, tanto que passaram a se chamar de Modos Litúrgicos. Nesta apropriação, os conceitos foram embaralhados em relação ao que eram quando originais. Visto isso, talvez o autor tenha razão e nós, com a deturpação da igreja, estejamos "errados".

      Mas entendo sua indignação porque os métodos ensinam desta forma, só ignoram sua verdadeira origem.

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  2. Corrijam as informações, por favor. O modo frígio começa no mi, na escala de dó maior. E o modo lídio, começa no fá.

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  3. Corrijam as informações, por favor. O modo frígio começa no mi, na escala de dó maior. E o modo lídio, começa no fá.

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  4. Quando fiz a disciplina "História da Música" vi que a igreja católica se apropriou do conhecimento modal dos gregos, tanto que passaram a se chamar de Modos Litúrgicos. Nesta apropriação, os conceitos foram embaralhados em relação ao que eram quando originais. Visto isso, talvez o autor tenha razão e nós, com a deturpação da igreja, estejamos "errados".

    Mas entendo sua indignação porque os métodos ensinam desta forma, só ignoram sua verdadeira origem.

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  5. Embora muito disso é fantasia. Como assim? Como hoje dizemos que azul é pra menino e rosa pra menina, eles diziam que o dórico era "viril, grave, belo e educativo", para defender a moral de sua cidade, já outros modos diziam ser mais efeminados por ser de uma cidade rival. Como se fosse torcida de futebol, cada um defende seu time, seu modo, sua cidade. Assim sendo, dizer que tal modo produz aquilo ou outro é meio que fake.

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